Eu que sempre fui traído pela ausência de ego, pudor e estima, resolvi compartilhar com quem quiser histórias, contos, visões e textos provenientes dessa velha fábrica de criatividade que sou. Arquiteto de situações, pela capacidade de criar, moldar e pavimentar os sonhos, faço dos meus textos o portal para esse meu mundo, onde as nossas sentimentalidades são as linhas que minha caligrafia desliza. Assim sou eu, sincero, claro e verdadeiro. Bem vindos! A minha alma e ao meu valente coração!
domingo, 22 de abril de 2012
Férias de você
Tomado pelo ímpeto da razão, resolvi enfim... Buscar em mim mesmo um refúgio, afinal, tem que existir ainda um lugar onde sua presença, não seja tão marcante. A fim de me libertar um pouco dessa dependência de você, de buscar conhecer outras pessoas, outras culturas... De buscar minha identidade, pois eu me perdi em você completamente, agora, não tenho querer, não tenho mais sono, pois você está sempre em meus pensamentos, quaisquer que sejam...o Meu cheiro não existe mais, ele se fundiu ao teu, como se cada dia que passa, fossemos nos fundindo, nos tornando apenas um. Meus olhos não alcançam nada além do teu rosto... Preciso mesmo saber se ainda há um mundo além do nosso... Além do eu e você... preciso saber, se ainda consigo viver sem ti.
Enchi meu coração de esperança... E em minha mente carreguei apenas as boas lembranças de nós dois, passou-se apenas um segundo e tentei apagá-las da mente, não posso me lembrar de você aonde vou, nem de nós... Deixarei pra trás esse tempo, onde vivi em função de você... Então me atirei ao vento... Conheci pessoas, provei outros temperos... li muitos livros... Nos primeiros dias sempre acompanhava o nascer do sol, pois este, se não remete ao renascimento, recomeço... Rotula a esperança, que algo novo virá algo que me mude completamente... Porém ao por do sol, eu sempre via você, pegando em minha mão, recostando a cabeça em meu ombro, sussurrando em meu ouvido sobre a beleza e a ternura daquele momento... Decidi então parar de acompanhar o nascer e o por do sol.
Nos lugares onde estive, sorri e chorei, corri, vivi... Contemplei o quão imenso é esse universo de Deus, me aqueci junto à fogueira perto do mar, numa noite de lual... Me distrai contando as estrelas deitado ao relento... no deserto. Nadei com os golfinhos na imensidão verde do límpido mar... E na atmosfera romântica de Veneza, me deixei levar apenas pelo cenário... Meus passos foram firmes, meus olhos se maravilharam por muitas, muitas vezes, conheci mulheres belíssimas, exuberantes, cultas... Sensuais... Mas jamais me deixei encantar novamente, eu tinha um objetivo maior, que era ocupar a minha mente, e me fazer acreditar que o pedaço do meu coração que tu tomaste, eu poderia reaver, mesmo que lentamente... Deixar alguém ou algo se apoderar dele, e me devolver ao fim da viagem, eu buscava me curar de você. Renovei meus pensamentos, redirecionei minhas metas, curei as feridas do corpo e da alma, e então decidi voltar...
Era uma manhã de Domingo, passavam-se quatro dias do meu retorno e nenhum sinal de você, e isso surpreendentemente não me incomodava, eu estava tranquilo, dono de mim novamente, curado de ti afinal... Mas de repente você surge, com aquele olhar de medo, me pergunta por onde estive se foi bem minha viagem, e então me dou conta, que fui tão longe em meus pensamentos, busquei a maior distancia conhecida na minha imaginação para calar meu coração em suas batidas descompassadas quando ela se aproxima... e de nada valeu, bastou sua respiração ofegante junto ao meu peito, pra que eu dissesse o que vivi nessa viagem: Fui longe... Conheci pessoas, lugares, temperos, mas tudo me pareceu, insosso, cinza e triste, pois insistia na ideia de que você não estaria comigo, ledo engano, aonde quer que eu vá você estará comigo, em meu olhar... Nada mudará isso, sou seu. Mesmo que eu lute contra isso, jamais terei forças para negar, ainda que tudo se acabe, que o sentimento se perca... Nossa história perdurará em nossos olhos, quando nos vermos... Algo só nosso virá à mente. E nos arrancará um inevitável sorriso. Agora, faça de mim teu sorriso, tua felicidade, faça de mim sua casa, teu refúgio, pois nem mesmo eu consegui me refugiar dessa paixão. O eterno se constrói na certeza do que se sente não importa o tempo que durar.
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