sábado, 5 de maio de 2012

Pegadas na areia (maré baixa)

Em algum tempo da vida, sentemo-nos e fazemos uma autoanálise, uma espécie de apanhado de tudo o que realizamos até então, costumeiramente, quem tem mais de trinta, faz. Olhar para trás... Para o caminho que seguimos lembrar-se daquela bifurcação onde tivemos que fazer "a escolha" daí é inevitável imaginar como teria sido se você dissesse sim às coisas que disse não, ou não às coisas que dissemos sim. Rebobinei ao máximo minhas lembranças e me vi ali, sentado em frente ao mar mais uma vez, me fazendo aquelas mesmas perguntas de sempre... "Por quê?" "O que acontece agora ?”“ O que vou ser quando crescer...?” Perdi tempo demais da minha vida tentando dominar meus medos, exorcizando meus fantasmas. Revendo meus passos, percebi que dei valor demais para quem não estava nem aí, recuei demais quando deveria atacar, me destaquei muito tarde, por ser contido e cauteloso ao extremo... Por mil vezes atirei-me em braços errados, meu coração disparou indevidamente, fui intolerante quando deveria ter usado a cabeça, e decididamente impulsivo, quando deveria ter sido racional. Jamais me arrependo das coisas que faço isso é louvável! O que está feito... É fato! Agora o que deixei de fazer... Já perdi muitas noites de sono imaginando como teria sido se eu tivesse feito... Minhas pegadas me levaram ainda ao tempo onde minha única preocupação era estudar, e como a maioria, eu ainda achava um saco, achava demais... Hoje vejo o resultado dessas minhas intempestividades, mas não só de desventuras essa regressão se fez; me vi por muitas vezes crescendo com os erros que insistia ( e alguns, ainda insisto ) em cometer, me vi adquirindo sagacidade, experiência...Sei exatamente onde acertei, onde fui coerente com o que a vida me apresentava. Por mil vezes me lamentei da minha suposta má sorte, mas não olhava atentamente para as conquistas valorosas que tive. Não tem nada haver com sorte, tem haver com o que se faz para se modificar a vida. Reparei que, muitas vezes meu caráter me impossibilitou de pedir a DEUS muita coisa, pois tinha vergonha dos meus pecados, das minhas imperfeições, pois achava hipocrisia com o pai, pedir perdão por pecados, que no fundo eu não posso garantir que jamais cometerei novamente... Eu fui muito além do que muita gente pensou que eu poderia ir, ( incluindo pessoas da minha família) mas hoje, me sinto preso, me incomodo com a estagnação...E com a aparente impossibilidade de ter mais, ganhar mais. O meu inconformismo com a desigualdade e a falta de reconhecimento seguem crescendo, mas a minha razão não permite que eu tome qualquer atitude, por ser, responsável, com minha família. Diante de tantas possibilidades e outras impossibilidades, concluo que não é muito bom comparar o que você é com o que você poderia ter sido, pois além de não ser motivador... É ilusão que a justiça seria feita, que o seu mundo seria melhor, não. A nós imperfeitos... Não cabe uma vida retilínea, semi-perfeita, e sim curvas sinuosas, riscos, erros, acertos, amores, amizades, paixões, furacões, maremotos sentimentais, dias e noites de tormenta ou céu azul. Somos uma mutação interminável, beiramos o stress muitas vezes por sermos nossos maiores críticos, maiores cobradores, nós mesmos não toleramos nossos erros. Tenho certeza, que ao menos uma vez, disseram: "_ Nossa! Como fui idiota..." Por sair de um trabalho, por ficar zoando na sala de aula, por acreditar nas pessoas erradas, por desacreditar nas pessoas certas, por não vivermos horas, minutos ou segundos de paixão sequer...Por termos o que queremos para nós em nossas mãos e deixarmos escorrer pelos dedos...E é isso, a capacidade de aprender com o passado para mudar os passos que ainda daremos nessa estrada que jamais saberemos onde termina que nos faz mais fortes, nos faz levantar novamente quando até nós mesmos achávamos que não teríamos mais forças... Pois querendo ou não, estando prontos ou não, o sol nascerá amanhã... Todos os dias, temos a oportunidade de renascer, basta abrir bem os olhos, o coração e crer que DEUS, jamais... Jamais nos abandonará! Fé, força e foco sempre!

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