sábado, 7 de janeiro de 2012

D’Leve

Personificando um sentimento... "Eram dias de sombrios pensamentos, Onde as horas tornavam-se dias e os dias Tornaram-se meses, a visibilidade era turva, Em qualquer direção que meu olhar fitava, havia trevas pelo caminho; E é neste momento que o inesperado nos assalta, Nos conquista, nos surpreende; Com passos aveludados ela saiu da névoa e aproximou-se de mim devagar... E antes que a luz do sol penetrasse na atmosfera pesada que me circundara, Tomou-me de forma avassaladora, num rompante nunca dantes visto ou sentido por uma alma viciada em infortúnios; Quem seria essa, que ao simples cumprimento exala doçura e perspicácia? Quem seria essa, que carrega nos olhos o brilho de dez sois, o peso da verdade e o poder de subitamente ler o meu olhar? Quem seria essa, que transita entre meus sonhos, forçando- me a desejar que os mesmos jamais tenham fim? Quem seria essa, que, quando estou em sua presença, dissipa todos meus problemas, todos os males? Quem seria essa, que me rouba a atenção, faz-me perder o discernimento entre o possível e o impossível, sem ao menos desfraldar sobre ela meus pensamentos de malícia? Quem seria essa, que fez desaparecer o conceito de negatividade, de barreiras dentro da minha razão? Quem seria essa, que faz o tempo parar quando fico frente à sua beleza? Quem seria essa, que mergulha em dúvida os homens, monopoliza os olhares, controla nossas marés, dilata nossos canais? Quem seria essa que entra sorrateira, em meio a uma tempestade de areia e apodera-se dia a dia de terrenos imensuráveis em meu coração? Quem seria essa que "D'leve" chega, faz no meu peito sua cama, e perdura... num sono ininterrupto? Quem seria essa que me devolve anos da minha vida, e injeta calma nos meus dias mais sombrios? Ela é a doce lembrança de uma história bonita. Ela é a personificação do "final feliz" É meu porto, minha fortaleza, é meu sonho, é minha fraqueza... Ela é uma fatia de tudo o que eu sempre sonhei de bom pra mim, Ela é a saudade que sinto de algo que nunca tive; Ela é chuva de verão, ela é a fogueira no meu inverno... Ela é a leveza do ar que avidamente tento respirar, ao afogar-me nas desventuras da vida; Ela é a mão que me conduz quando fraquejo, com a alma embriagada pela tristeza; Ela é o sorriso inevitável de quem se lembra de uma história boa da vida. Pode um homem viver sem foco, sem objetividade, mas jamais sem lembranças. Vem, faça também de mim, o seu sorriso de saudade, faça de mim ao menos uma lembrança feliz sua, ainda que escravizemo-nos ao tempo, ao relógio, às impossibilidades, ainda que haja um universo conspirando contra; Sejamos um do outro uma dose ao menos, da sua própria existência. Sábio era Vinícius : "Fazei desse momento a tua eternidade" Deixo você com a certeza, de que em mim algo mudou Que o ódio não penetra mais nessa carapaça que meu peito se tornou. Deixo você, com a esperança de que tornemos vívidos nossos sonhos, e que sempre retornemos a eles Quando que por conveniência, ou por saudade, lembremo-nos dessa história, que não se encerra, flutua... Deixo você com a cumplicidade que aprendemos a ter e a ler nos olhos um do outro... Deixo você torcendo para que jamais esqueças não do errado, do certo, do condenável ou do inocente... Jamais se esqueça. No tempo...ou no teu semblante, estarei lá. Viste-me, quando quiseres! FELICIDADE."

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