Indiscutivelmente, todos sonhamos.... Seja acordado, seja
dormindo, sonhos absurdos, ou palpáveis, eles seguem em uma cadeia inquebrável
mesmo após nos tornarmos adultos.... Eles nunca nos deixam.... Nunca. São
diretamente ligados à nossa esperança. Alguns de nós, sonha alto, em milhões,
mansões, iates, carrões, mudança total e eterna de estilo de vida, outros já
não tem tamanha pretensão.... Sonham em ter o que temos hoje. Uma casa própria,
um carro, um emprego, não dever nada a ninguém, simplesmente não deixar seus
filhos passarem necessidades.... Outros, sonham em amar.... Em viver o grande e
verdadeiro amor.... Engravidar, se casar, interromper uma sequência de
decepções com pessoas que não compreendem, não valorizam, quiçá correspondem ao
amor a eles destinado.
Há também quem escolhe viver cada um desses como fases,
começando pelos bens materiais, evoluindo para as expectativas pessoais, e finalizando
com a simplicidade.... Isso mostra que há uma discrepância entre o que a gente
quer... E o que realmente a gente precisa. Se você tem milhões, logo quer
gastar milhões... O melhor e mais novo carro, a maior e mais luxuosa casa, o
iate de maiores pés..., mas o que realmente se precisa? Essa resposta vem ao
passar dos anos, quando fica cada dia, cada segundo da nossa existência, mais
claro que precisamos de tão pouco para viver bem.... Que se soubéssemos desde o
início, não teríamos nos complicado tanto pelo caminho.... Não teríamos quisto
tanto coisas que não agregam em nada, e são inúteis sem companhia, sem tempo ou
sem paz. Nada tem mais valor do que isso. Tempo, boa companhia e paz. No fim, é
do que se trata. Viver sem faltas, viver
com o mínimo de preocupação e cobrança possível. Sem stress, sem perda de
saúde, de tempo, de vida.... Viver exatamente o inverso do que a maioria vive
hoje... Desacelerado, desapegado, sem ostentar nada, sem compartilhar nada,
simplesmente viver com quem ama, com o que for suficiente para que seus últimos
dias sejam mais próximos do que Deus sonhou para nós.
Já os pecados, esses nos assombram sempre. Sejam em doses
homeopáticas, ou viciantes, ele vem, e vem sem nenhuma vontade ou descrição,
vem sem medo e sem nenhuma timidez, não pedem mandam, não falam, gritam. E
tentam ser a todo custo o contrapeso na nossa balança moral. E quase sempre são....
Não são muitas as pessoas que atingiram ou atingem a santidade, que a maioria
busca, não à toa... A causa são os pecados.... Eles nos roubam a atenção....
Nos tiram o foco, nos tiram do caminho.... Ainda que não estejamos perdidos
para sempre, pois sempre somos encontrados por quem nunca nos abandonou. Eles
simplesmente nos devoram.
Pecamos em pensar, pensamos sempre. Pecamos por agir, a
grande maioria não se segura, pecamos pela soberba, pecamos em julgar o outro e
pecamos ainda mais por sermos hipócritas em pensar igual, agir igual e criticar...,
mas é como somos, é o que nos define como humanos. FALHOS. Então me digam...
Como alguém assim pode merecer realizar seus sonhos? Como pedir algo sendo,
simplesmente assim... Inconstante, indigno? Como pedir perdão e esperar ser
perdoado, sabendo no íntimo do seu ser que fará de novo, ou pensará nisso,
basta uma junção provável de oportunidade e fraqueza. Como? Na minha opinião, sendo nós mesmos. Sendo
autênticos e verdadeiros, consigo mesmo. É preciso ser para si, a versão que
quer que todos te vejam. É preciso agir consigo mesmo, como quer que todos ajam
com você. Se não se ama, como amá-los? Se não és verdadeiro consigo mesmo, como
quer crédito? Se tenta ocultar algo do onisciente, como espera ter paz? E ter
paz.... É algo que mesmo sem saber, sentir ou citar, todos buscamos, entre amor
e felicidade, é a paz que buscamos.... Quando ouvimos que descanso e paz só com
a morte, é porque nos condicionamos assim, nos conformamos em mentir e nos
sentir indignos. Mas há algo imenso e irrefutável a ser dito.... Quem nos ama....
Quem realmente tem que nos amar.... Quem realmente importa que nos ame... O faz
como somos. Inteiros, simples, falhos, fracos, humildes. Eu reconheço quem sou
todos os dias, e tento pedir o mínimo possível, e implorar pela minha alma
diariamente, como se eu não fosse acordar, pois assim é a vida: um sopro. Assim é a felicidade: momentos.
Assim é a paz: eterna. Somos quem somos e está longe do que devemos ser, mas
querer melhorar como pessoa é o que nos torna, ainda assim, amados, aceitos e capazes
de ter paz em vida e em tempo. Não há uma conta simples...Não existem meios
pecados, não existe “se”, tampouco certezas, não há fórmulas ou compensações,
bem como não há um número limitado de chances ou distância do caminho certo que
determine ou defina quem somos...O agora é tudo o que temos, façamos o melhor
dele. Acima de nós, só há um para julgar e determinar a meritocracia
verdadeira... E ele sempre quer ver a sua melhor versão POSSÍVEL de você, e é o
que devemos querer também.