Eu que sempre fui traído pela ausência de ego, pudor e estima, resolvi compartilhar com quem quiser histórias, contos, visões e textos provenientes dessa velha fábrica de criatividade que sou. Arquiteto de situações, pela capacidade de criar, moldar e pavimentar os sonhos, faço dos meus textos o portal para esse meu mundo, onde as nossas sentimentalidades são as linhas que minha caligrafia desliza. Assim sou eu, sincero, claro e verdadeiro. Bem vindos! A minha alma e ao meu valente coração!
sábado, 25 de dezembro de 2010
Como triturar um sonho
Meu maior sonho é conhecido por todos, não o escondo, tenho orgulho dele... mas tenho em minha consciência, nos poucos minutos diários de sanidade, de que não tenho sequer o direito de lutar para que se realize, seria muito egoísmo da minha parte. Mas dói, e dói muito não poder cometer essa "atrocidade" egocêntrica. Fico vendo tudo escoando pelo ralo sem nada poder fazer, senão dar adeus.
Estou vivenciando um momento de adeus, tão sofrido... é como se eu estivesse assinando uma procuração abrindo mão do meu maior desejo, vejo tudo o que sempre quis, se dissolvendo. E essa despedida é como um liquidificador, triturando impiedosamente cada instante, cada lembrança, cada pedacinho de felicidade que vivi ali, naquele meu pedacinho de universo.
Oh tristeza sem fim, que aparenta... as lágrimas vem o tempo todo, eu sei que é passageiro, sei que ainda vou encontrar motivação para seguir em frente, mas minha sensação é de que o chão desapareceu bem debaixo dos meus pés, porque buscar realizar meu sonho era uma motivação pessoal, meu combustível. E estão jogando uma pá de cal em tudo isso, pior que não há culpados, são simplesmente necessidades da vida.
Sei que pode parecer, exagero...drama, ou qualquer porra dessas que você se apega para justificar um sofrimento, aparentemente injustificável... mas não, eu estou finalmente ( e infelizmente ) me despedindo do que fui, da minha essência, do meu nascimento como homem, da minha ideologia, da minha origem, estou sentado à margem da linha férrea assistindo o trem da minha vida passar....
Espero que não soe melo dramático mas preciso ser enfático ao dizer, que não tenho a menor ideia em no que vou me inspirar agora, pelo que vou lutar senão pelos meus filhos? É como se eu estivesse morrendo....
Como todos os anos, meu coração sorri quando da serra de Petrópolis vejo as luzes da minha cidade, meu grande amor... mas este ano até isso doeu, como se fosse mesmo a última vez, todos os problemas que tive de administrar com minha família...isso nem me machuca tanto quanto essa sensação de adeus, que me corrói... que me distrói, que me pune. Seja lá o que eu tenha feito para merecer isso, perdão meu Deus.
Peço para que não dissolva a minha memória, deixe isso pelo menos, para que eu volte aqui sempre que quiser, para fugir dos meus problemas, para voltar no tempo, jogar bola na rua, tomar banho de mangueira e ao final do dia, meu pai e minha mãe me esperando em casa, com um abraço forte e aquele sorriso cansado da batalha. Rio de Janeiro, jamais deixarei de te amar, de sonhar em voltar pros teus braços. Eu amo ser o que sou CARIOCA.
Rio de Janeiro, 25 de Dezembro de 2010
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