Eu que sempre fui traído pela ausência de ego, pudor e estima, resolvi compartilhar com quem quiser histórias, contos, visões e textos provenientes dessa velha fábrica de criatividade que sou. Arquiteto de situações, pela capacidade de criar, moldar e pavimentar os sonhos, faço dos meus textos o portal para esse meu mundo, onde as nossas sentimentalidades são as linhas que minha caligrafia desliza. Assim sou eu, sincero, claro e verdadeiro. Bem vindos! A minha alma e ao meu valente coração!
sábado, 31 de março de 2012
Inteligência > Beleza = Utopia
Todos sabem o quão mudado o mundo está, não, vou além, as pessoas que mudaram, perderam referencias... valores e abreviaram tudo o que faziam - nas pensar demais... Abreviaram palavras, encontros, sentimentos e caráter.
Inevitável observar que os corações se congelaram na mesma velocidade em que os gestos minimizaram as palavras importantes a serem ditas, muito embora seja clichê... É imprescindível ter a gentileza e a educação consigo aonde se vá. Muito embora dissertar sobre isso seja interessante, e nostálgico... Ainda sobre esse mesmo tema - mudança de comportamento, eu quero citar a demagogia que rola em torno da beleza e da inteligência...
Li certa vez, que a beleza, fascina, mas a inteligência conquista... Ah, se fosse verdade, muito embora para alguns isso perdure, a grande maioria se esconde atrás de uma frase feita “O que me importa é a beleza interior" No meu máximo momento de sarcasmo, eu digo: "Quem gosta de beleza interior é médico legista!" Sabe por quê? Porque é fato, beleza é aquela minhoquinha pendurada no anzol, mas só quando fisgam a isca, dá-se ouvidos ao que se tem por dizer...
Hoje pelo que tenho observado, há escassez em pessoas que se entendem facilmente, tem aquela capacidade mesclada de sagacidade para ler um olhar, decifrar aquela linguagem característica do corpo para manter aqueles momentos únicos e imperceptíveis a terceiros... Aqueles que bebem nas palavras um do outro... Que se alimentam diariamente de possibilidades e fantasias, que instigam a sede sempre ao visitarem os olhos uns dos outros... Não falo aqui de romantismo... Mas do “jogo”...Aquele que não se joga mais, que aqueles nascidos na década de 80 já não utilizam... Abreviaram, vão direto à roleta russa que é beijar primeiro e perguntar depois... Não que eu ache isso totalmente reprovável, acho que quando as palavras não se fazem mais necessárias..Falar é perda de tempo, mas para isso o “jogo” é imprescindível...afinal a percepção do momento certo, se faz presente quando se atinge esse nível de inteligência no "jogo". Aonde foi parar o encanto dessas coisas? Não vemos mais isso por aí, abreviaram tudo mesmo. Hoje, tudo vem relacionado ao corpo, sempre corpo... Corpo que construiu uma ponte direta ao sexo... Sem escalas, muitas vezes sem preliminares, ou importância...
Sou do tempo em que o que encantava era o intelecto, antes de tudo isso, eram cartas, canções.... Sempre cultura...Mas a verdade maior é que os desprovidos de beleza, jamais tem a chance de falar....Mas fica meu conselho... Não se omitam, não pode o mundo ter sido tomado de abreviaturas, em algum lugar existirá alguém que te deixará expressar-se seja com palavras ou com os olhos... Inteligência sobrepujando a beleza é utópico, mas ajudemos a essa balança não ser tão desigual...
Cada um usa a arma que tem, e uma hora...vão te dizer: “Nunca vivi algo assim...” - Porque de fato, o "jogo" continua, só precisamos inserir novos jogadores, e faremos desse "jogo", o topo novamente!
sexta-feira, 9 de março de 2012
O sentido anti-horário
“Ando meio avesso ao óbvio...Refugiando-me nas trincheiras do improvável, parece ironia, descaso pelo destino, mas não... Trata-se de uma tentativa inusitada de acertar, ainda que pelo lado mais difícil os meus passos... É, de fato, bizarro para as pessoas que retiram da sua concepção de normalidade ignorar a facilidade com que os nossos pés encontram direções, que nossas mentes formulam metas, e nossos corações se apaixonam, ainda que seja pela ideia de estarem apaixonados, mas... Para quem tem a derrota como sombra, para quem não conhece o significado da palavra sorte... Tudo é válido, até mesmo tentar acertar, cometendo desatinos... Afinal não é no momento mais inesperado que a vitória pincela esboços de sorriso nos nossos lábios ávidos por um alívio, apenas um...? Deixei de querer muita coisa por crer que assim seria melhor, seria menos doloroso, do que ficar como uma criança na vitrine de uma loja de doces, imaginando o gosto de cada um... Sonhar, acordar no meio da noite e tentar dormir de novo, na vã esperança de que o sonho reinicie... E que não tenha fim... Não me entendam mal, não fiquei descrente, incrédulo, só parei de apostar. Todas as minhas fichas... Congelei meus desejos, meus maiores sonhos voltaram para o livro de contos de onde saíram. Há quem dirá que me deixei tomar pela amargura, mas prefiro me enquadrar nessa "manhã insólita de domingo" do que vislumbrar atônito aquele passeio num sábado de Sol, num parque multicolorido... Afinal, as nuvens não são algodão doce, e o mundo não é feito de amor, as pessoas não são boas, as que achamos pelo caminho, são como ouro, diamante, são pedras preciosas. Tenho deixado minha história ser escrita dia a dia não calculo possibilidades mais, não faço mais planos, o que não quer dizer que não estabeleço metas, só que até a minha obsessão por atingi-las desesperadamente tenho reduzido, estou tentando me desintoxicar de mim mesmo, esse ser consumista e movido pelo meu imediatismo daquilo que sempre quis, e que sempre termino numa poça de lama, e sozinho. Desacelerei, parei de me considerar fora de todas as disputas, aliás, saí das disputas, para dar um passo à frente, mudar meu foco, buscar sorrir mais, observar mais à minha volta, conhecer mais pessoas... Me permitir sorrir, despreocupadamente... Olhar mais pela janela, sair da sala onde trabalho, olhar mais para o céu... Cumprimentado mais as pessoas, reparado em cada uma delas... E definitivamente, com isso, estou mudando a minha postura previsível. Não olho mais ninguém de baixo pra cima, somente olhos nos olhos. Descarreguei todas as minhas culpas, tenho caminhado mais rápido com menos peso nos ombros, não por ser melhor que A, B ou C... Mas por ser humano, e por tanto, ser falho, para ser perdoado, perdoe-se primeiro, não sei quanto a vocês, mas eu sou meu maior cobrador... Tenho dado passos mais firmes, admirando mais o palpável do que o improvável, não sei se isso me tornará mais acessível, menos turrão, mais maduro, ou menos feio, mas já me sinto mais autentico mais conformado com minhas estatísticas e minhas crônicas. Como diria Renato: "_ É um não querer, mais que bem querer” quem sabe esperando menos, o mais se faz presente, pode ser arriscado, mas tenho gostado dessa leveza de secar as lágrimas, exorcizar decepções e deixar que venha a próxima onda... Se dará certo? Amanhã verei...
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