Eu que sempre fui traído pela ausência de ego, pudor e estima, resolvi compartilhar com quem quiser histórias, contos, visões e textos provenientes dessa velha fábrica de criatividade que sou. Arquiteto de situações, pela capacidade de criar, moldar e pavimentar os sonhos, faço dos meus textos o portal para esse meu mundo, onde as nossas sentimentalidades são as linhas que minha caligrafia desliza. Assim sou eu, sincero, claro e verdadeiro. Bem vindos! A minha alma e ao meu valente coração!
sexta-feira, 9 de março de 2012
O sentido anti-horário
“Ando meio avesso ao óbvio...Refugiando-me nas trincheiras do improvável, parece ironia, descaso pelo destino, mas não... Trata-se de uma tentativa inusitada de acertar, ainda que pelo lado mais difícil os meus passos... É, de fato, bizarro para as pessoas que retiram da sua concepção de normalidade ignorar a facilidade com que os nossos pés encontram direções, que nossas mentes formulam metas, e nossos corações se apaixonam, ainda que seja pela ideia de estarem apaixonados, mas... Para quem tem a derrota como sombra, para quem não conhece o significado da palavra sorte... Tudo é válido, até mesmo tentar acertar, cometendo desatinos... Afinal não é no momento mais inesperado que a vitória pincela esboços de sorriso nos nossos lábios ávidos por um alívio, apenas um...? Deixei de querer muita coisa por crer que assim seria melhor, seria menos doloroso, do que ficar como uma criança na vitrine de uma loja de doces, imaginando o gosto de cada um... Sonhar, acordar no meio da noite e tentar dormir de novo, na vã esperança de que o sonho reinicie... E que não tenha fim... Não me entendam mal, não fiquei descrente, incrédulo, só parei de apostar. Todas as minhas fichas... Congelei meus desejos, meus maiores sonhos voltaram para o livro de contos de onde saíram. Há quem dirá que me deixei tomar pela amargura, mas prefiro me enquadrar nessa "manhã insólita de domingo" do que vislumbrar atônito aquele passeio num sábado de Sol, num parque multicolorido... Afinal, as nuvens não são algodão doce, e o mundo não é feito de amor, as pessoas não são boas, as que achamos pelo caminho, são como ouro, diamante, são pedras preciosas. Tenho deixado minha história ser escrita dia a dia não calculo possibilidades mais, não faço mais planos, o que não quer dizer que não estabeleço metas, só que até a minha obsessão por atingi-las desesperadamente tenho reduzido, estou tentando me desintoxicar de mim mesmo, esse ser consumista e movido pelo meu imediatismo daquilo que sempre quis, e que sempre termino numa poça de lama, e sozinho. Desacelerei, parei de me considerar fora de todas as disputas, aliás, saí das disputas, para dar um passo à frente, mudar meu foco, buscar sorrir mais, observar mais à minha volta, conhecer mais pessoas... Me permitir sorrir, despreocupadamente... Olhar mais pela janela, sair da sala onde trabalho, olhar mais para o céu... Cumprimentado mais as pessoas, reparado em cada uma delas... E definitivamente, com isso, estou mudando a minha postura previsível. Não olho mais ninguém de baixo pra cima, somente olhos nos olhos. Descarreguei todas as minhas culpas, tenho caminhado mais rápido com menos peso nos ombros, não por ser melhor que A, B ou C... Mas por ser humano, e por tanto, ser falho, para ser perdoado, perdoe-se primeiro, não sei quanto a vocês, mas eu sou meu maior cobrador... Tenho dado passos mais firmes, admirando mais o palpável do que o improvável, não sei se isso me tornará mais acessível, menos turrão, mais maduro, ou menos feio, mas já me sinto mais autentico mais conformado com minhas estatísticas e minhas crônicas. Como diria Renato: "_ É um não querer, mais que bem querer” quem sabe esperando menos, o mais se faz presente, pode ser arriscado, mas tenho gostado dessa leveza de secar as lágrimas, exorcizar decepções e deixar que venha a próxima onda... Se dará certo? Amanhã verei...
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