Seria cômico se não fosse trágico este Bungee jump alucinante
de emoções e fatos que nos derrubam e nos levantam como pinos de boliche, numa
única semana podemos estar em um paraíso cujo único som em nossos ouvidos são
os das gaivotas procurando comida na orla, e como num passe de mágica estamos
aqui de volta ao inferno na terra que tanto lutamos para evitar : rotina,
trabalho, cobranças, prazos, relacionamentos difíceis, falsos amigos, falta de
tempo para a família, falta de tempo para si mesmo, falta de... PAZ.
As vezes tudo acontece mais rápido do que os ponteiros do
relógio, podemos comemorar uma meta alcançada profissionalmente pela manhã e
sermos demitidos à tarde, podemos ser funcionários dedicados, produtivos e
assíduos mas no fim das contas, em uma redução de quadro percebemos a dura realidade:
somos números, somos estatísticas.
E a felicidade então? A tal felicidade cujos cartazes
pregados nos muros ou nos postes prometem aos olhos? Essa vem e vai como um
ioiô nos nossos dedos, num minuto estamos cercados de pessoas que supostamente
nos adoram, misturando bebidas a energéticos para enganar o próprio corpo como
se enganar a mente não fosse suficiente, e quando o dia amanhece, as amizades
foram embora mais rápido que as dores pelo corpo, restando apenas duas ou três
fotos postadas em redes sociais por um site que sobrevive de eventos ou por uma
das pessoas que conhecera...Foste feliz ontem à noite?
Os amores então? São mais velozes do que o acender das
luzes! Hoje se conhece alguém num bar, num evento, numa igreja, e munidos dos
celulares, sentimos aquela necessidade inquietante de mudar nosso status de
relacionamento, para que o mundo saiba que gozas de um novo amor...AMOR? Muitas
vezes esse amor nem sabe que você o incluiu nos seus planos de vida...E quando
o AMOR verdadeiro aparece, não nos damos conta porque o amor é crescente, é
plantado e se regado cresce lentamente até consumir corpo e alma, e isso
demanda tempo...E para que acreditar que me amam? Hoje em dia falar que ama é
fácil, são três palavras que já não abrem porta alguma, e quem ama vê os seus
sonhos de amor morrer, restando apenas saudade e dor.
Em suma o que era belo e interessante há dois dias atrás se
transforma em tosco e antiquado, e o que era completamente inconcebível Há
alguns meses se torna moda...O culto se torna anônimo e o ignorante se
transforma em pop star...Não há um dia sequer que possamos classificar como
uniforme, as inúmeras possibilidades de um dia, de uma hora jogam por terra o
conceito MOVIMENTO RETILÍNIO UNIFORME, não há uniformidade em nossas vidas, não
há constância, e portanto, não há certezas... Nem segurança. E quando
finalmente paramos de rifar os destinos, sentimos falta das nossas infâncias
que também eram frenéticas, mas o nossas vidas eram um lago, não um mar, não
haviam marés que nos trazem as coisas ruins e nos levam as coisas boas tão
rápido que nem conseguimos saborear as conquistas, as vitórias....É quando nos
damos conta que já não vivemos em paz há muito tempo, nem conosco nem com o
mundo...Que inúmeras vezes criticamos pessoas por fazerem coisas que um tempo
depois a vida nos obriga a fazer...E desejamos do fundo do coração despedaçado
que nossos fantasmas...Aqueles que nos assombram sempre, como culpa, inveja,
desdém, preconceito e saudade, velozmente nos deixe para que possamos enfim
deixar de viver nossas vidas Inconstantes.
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