Passei mais de noventa por cento
da minha vida, fazendo do amor a minha condição de vida... Amei pessoas, amei
bens materiais...E sempre de uma forma exageradamente própria, me atirando de
cabeça, esgotando minhas forças, evaporando todas as lágrimas, sendo
extremamente sincero e transparente, independente de ser unilateral...E o
sofrimento, muitas vezes, intensamente, sem meio termo...Beirando a perca total
de sanidade...Foi um calvário, que hoje percebo, foi desnecessário...Tive que
reaprender, ou melhor, aprender a amar, a entender o que é o amor, antes que eu
o abandonasse completamente, recebi de uma forma maravilhosa as noções, ainda
que leigas de amor. Qual o primeiro mandamento? Amar a Deus sobre todas as
coisas e ao próximo, como a ti mesmo. Ou seja, a quem devemos amar? Quem nos
ama! Deus nos ama de forma unilateral antes mesmo de nascermos, e nos observa
amar pessoas... Primeiro, ame a Deus, retribua seu amor, corresponda-o! Na
verdade, o que precisamos fazer, e só agora, tenho seguido isso, é redirecionar
o amor, para quem nos ama, incondicionalmente. No que diz respeito ao próximo...
Como amar ao próximo, se não consegues amar a ti mesmo? E nisso, sou muito
falho, acredito que muita gente também é.
É preciso, inicialmente, identificar o que te faz orgulhoso em tua
personalidade, o que potencialmente pode se tornar um braço, um tronco dessa
árvore chamada amor próprio. Mostre-se o quanto é especial, algo que
possivelmente, pessoas ligadas a você já identificaram... Isso está sendo
constantemente confundido com vaidade, porém a vaidade excessiva tem sido uma
fresta em nossos escudos... Acredito muito que a partir do momento em que se
apaixonar pelo melhor em você, se tornará muito mais fácil, enxergar em outras
pessoas, todas as qualidades que elas tem. Eu não creio neste papo de
percentual de bom e de mal, de que temos dentro de nós demônios e anjos, bem e
mal, e, que o mal fica ali adormecido esperando uma oportunidade de se
manifestar. Pra mim, todos os seres humanos nascem sem maldade alguma, nascem inocentes.
O mal só entra se for convidado, como na maioria das vezes, não é... Sobrevive
de restos de sentimentos, como inveja, cobiça, ódio, dor e de dúvidas...E se
insinua, ronda sorrateiramente suas fraquezas,
buscando brechas, e propondo vantagens consideráveis através de caminhos e
tempo diferentes do que DEUS dá. Cabe a nós, não pisarmos nessas armadilhas,
não acreditar em atalhos e nesta trapaça ao tempo de DEUS para os fatos se
darem em sua vida de forma natural.
Desta
forma, vivenciar o amor de DEUS é ter, ainda que de forma superficial, a noção
do que o amor significa verdadeiramente, a estrutura onde DEUS fundamentou o
reino dos céus. A busca pela felicidade a qualquer preço muitas vezes nos traz
a miragem de um amor entre pessoas sendo a chave dessa felicidade, pulando
etapas, sem amar a DEUS primeiramente, não quero dizer que não seja, mas tem
que se dar de forma natural... Quando alguém que menos se espera, chega do nada
e sem que você se dê conta, transforma dias em eternidade, risos em sorrisos, é
o amor acontecendo pelas mãos e intermédio de DEUS, nem sempre o que queremos é
o que nos trará felicidade. É preciso, confiar no que foi escrito para sua
vida. Assim como vejo que um recuo pode servir de impulso para saltar mais
longe, creio que não existam acasos, o que não vem como bênção, vem como lição...
E através do verdadeiro amor, tenho me reconstruído, pedra sobre pedra, ainda
existem fraquezas... Existem, repudio ser tão fraco, mas sou humano e falho,
tenho aprendido a lhe dar melhor com elas, mas o processo para mim não é lento,
e sim natural, pois quem me acolheu, mostrou-me em qual caminho e em qual tempo
as coisas acontecerão pra mim. Afinal, qual amor poderia ser tão consolador ao
ponto de te fazer recomeçar? Se reinventar? Se reconstruir com base no perdão?
Não existem donos da razão, e sim devotos dela. Espero que os amores...
Perdidos ou começados, pretendidos e silenciosos se encontrem no mesmo
raciocínio!
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