Vivemos em constante opressão, queira pelos fatores externos
como o trabalho, que sempre exige um nível acima de dedicação, um nível acima
de tolerância, de subserviência, até, uma compreensão além da conta nos
momentos mais difíceis mediante a totalidade de resultados que na maioria das
vezes não te dão sequer as condições de obtê-los, ou na faculdade que a maioria não está nem aí, e isso traz ao
professor a sensação de insatisfação consigo mesmo e exige cada vez mais, de
cada um , sendo que cada pessoa absorve os golpes da vida de forma diferente,
cada um tem condições diferentes de tempo e disponibilidade... Isso quando os
dois não se somam à fatores internos como ter uma vida financeira desequilibrada e uma
família que exige total atenção, o que faz com que nós mesmos, nos tornemos
nossos próprios opressores... Afinal, ser pai é não querer para os filhos o que
de mal nos aconteceu... É querer, mesmo que em vão, evitar que tenham
dificuldades. Ter um relacionamento é se doar e ser parceiro sempre e esperar
que receba de volta tudo aquilo que se dá. Muitas as vezes sem ter noção alguma
se o que temos doado de nós ao relacionamento é proporcional ao que queremos de
volta... É estar sexualmente disposto quando seu amor está sexualmente
indisposto, é ter discordâncias banhadas de problemas e esperança de que tudo
esteja bem ao fim do dia. Ser filho é cuidar depois de ter sido cuidado, é
acolher e se preocupar com a saúde física e mental dos pais, sempre tentando
ser neutro nas brigas de família, é tentar reunir sempre os irmãos e minimizar
os atritos... Sem falar na sociedade, sempre ditadora de modas, estilos,
estereótipos, sempre deixando subentendido que precisamos tomar partido de
qualquer lado que seja... Seja na música, na política, no esporte, nas camadas
que a mesma desenha a cada dia. E nós? O que sobra de humano em nós? O que
realmente queremos?
Quando estamos sós, encontramos ali.... Naquele pequeno
espaço entre a oração e o sono, nosso lugar.... Um refúgio inalcançável a
qualquer fator opressor, longe de qualquer corrente, além das barras frias de
ferro.... Quem é de mar, caminha pela praia, quem é do campo, cavalga o cavalo
branco pela estrada de terra que margeia o lago, quem é de montanha, estende as
pernas sob o horizonte perto da fogueira, acompanhado de um bom vinho... Mas
todos, sem exceção tem consigo aquela paz... Sonhada, fica-se um tempo sozinho,
mas aos poucos é possível enxergar quem amamos chegando até nós... Seria um
sonho, mas é melhor, quase se sente o gosto do vinho, o vento do litoral, o
cantar dos pássaros...É quase real, é atemporal. Ali, não há dores ou pressões ....
É silencioso e consolador. Jamais podem aprisionar os nossos espíritos... O
corpo pode padecer, mas a alma é livre para ir onde quiser, e quando quiser.
Há, claro, condutores para que isso seja possível em qualquer tempo, a música e
a fotografia são condutores.... Por isso viajar é tão relacionado a liberdade,
a felicidade.
Deste modo, mesmo levando em considerações que não há
modelos de personalidades, e comportamentais cem por cento confiáveis, pois
seres humanos não vem com manual, somos imprevisíveis, mutáveis e volúveis, é
relativamente possível que um número considerável de pessoas se identifique com
essa minha versão de fuga mental. A gente se dedica tanto... Tanto do nosso
tempo para sermos a nossa melhor versão para tudo o que temos que fazer e para
todos com quem temos que nos relacionar, há tanta pressão sobre nós, e ainda,
nós mesmos colocamos mais.... Que quando pudermos parar para reavaliar, para
pensar, estaremos doentes, cansados demais... Tomados de loucura, stress....
Não há tempo de olharmos para nós mesmos, de nos cuidarmos. Temos que criá-lo.
Não se consertam aviões e navios em plena viagem... São feitos reparos. Esses
são os nossos reparos. Minimizando danos maiores a única pessoa que não
conseguimos amar direito: Nós mesmos. Como o pai mesmo nos ensinou: Ame ao
próximo.... Como a ti mesmo.
Liberte-se, se ame e tenha suas doses de felicidade que
tanto almejas...
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