Eu que sempre fui traído pela ausência de ego, pudor e estima, resolvi compartilhar com quem quiser histórias, contos, visões e textos provenientes dessa velha fábrica de criatividade que sou. Arquiteto de situações, pela capacidade de criar, moldar e pavimentar os sonhos, faço dos meus textos o portal para esse meu mundo, onde as nossas sentimentalidades são as linhas que minha caligrafia desliza. Assim sou eu, sincero, claro e verdadeiro. Bem vindos! A minha alma e ao meu valente coração!
domingo, 17 de março de 2013
A noite que não queria acabar
“Tomado pelo gosto amargo da derrota, fiquei inclinado a me sentir o pior dos seres. Minha incapacidade de enxergar qualquer explicação lógica do que tinha ocorrido era visível. Existem dias em que era melhor nem ter levantado da cama – disse.
Cheguei à casa de cabeça quente ainda e, quando assim estou, para não compartilhar minha dor com ninguém, me isolo. A imagem do meu corpo sendo tomado pela água quente refletida no Box, ali não havia como distinguir as minhas lágrimas... Procuro me desconectar, desligo o celular e do computador quero distancia, desligo a tv, e vou deitar afinal o travesseiro é o melhor psicólogo como dizem.
Eu me deito, mas o sono não chega, parece mais distante na medida em que as lembranças do que vivi hoje vem e vão como numa roda gigante. Então procuro acalentar a alma em orações, mas não consigo completar nenhuma, sempre me interrompo aos prantos, não querendo acreditar... E nessa luta entre ceder a minha fé e continuar me lamentando adormeço.
De repente sinto uma mão em meu ombro direito, e me viro para ver quem era, e vi um homem sorridente que me estendeu a mão, e me guiou por um caminho de névoas. Sentia meu corpo doendo, minhas pálpebras pesando... Deve ser a noite de sono que perdi – imaginei. E então ele me apresentou a um senhor, rosto cansado... Aparência bondosa, olhar sincero e puro. E sem dizer uma só palavra, me deu a mão... Aproximou a mão dele do meu peito e espalmou-o do lado esquerdo sorrindo, como se aprovasse algo. E então se sentou num banco de mármore frio, e sinalizou para que eu sentasse ao seu lado, e enfim falou – Deita meu filho, hoje eu vejo o teu cansaço, hoje eu amenizo a tua ira, não te desgaste com as injustiças ou as derrotas da vida, pois se perdes hoje é porque te quero mais forte amanhã! Dorme criança! Enterre todos os teus maus sentimentos em algum lugar tão fundo que nem você mesmo se lembre de onde enterrou! Descansa sobre meu ombro tua cabeça e toda a tua dor se despedirá de ti!
Ali notei que estava diante do pai, que me confortara que me aparava em seus braços, que enxugava minhas lágrimas... E senti o peso que havia em Minh ‘alma se esvair, e novamente meus olhos se fecharam e passei a enxergar somente coisas boas, me vi vestido de branco, andando pela orla, descalço, sem pressa, sentindo o mar entre os meus pés... Sorriso calmo no rosto, e o sol caprichosamente deitava-se junto ao mar como amantes que há muito não se viam.
Quando abri novamente os olhos, o sol havia nascido, era manhã novamente... E a dor da noite anterior havia ficado na noite anterior, minha vida se renovou. A esperança havia renascido assim como o sol, e notei que cada sol que nasce é sinônimo de um recomeço, uma chance nova, seja de escrever uma nova história ou de reescrever a mesma história, porém de maneira diferente. O que eu desejei ontem, ainda desejo hoje, somente mudará minha maneira de lutar por isso! E a noite que eu pensava que jamais terminaria o arrependimento de ter levantado da cama, se tornou aprendizado e agradecimento por estar vivo e ver o sol nascer novamente! Feliz por poder tentar novamente... Por ter finalmente PAZ!”
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário