O
amor, talvez seja ao lado da felicidade o alvo de maior desejo dos homens, às
vezes eles se entrelaçam, se confundem, e , às vezes o homem acredita que um
depende do outro, que um só é possível se o outro vier junto. O grande problema é que o amor como fonte de energia anda cada vez mais escasso, o amor como
motivação de felicidade, como o ápice da vida entrou em extinção há tempos...E
nessa busca, nesse conflito entre o amor ser a motivação para viver e o amor
ser a representação da felicidade, muito se destrói, muito se confunde, logo
muito se perde. O amor é como uma pedra de vidro...Ao encontra-la em meio à
terra, desligam-se as defesas, dispensam-se os conselhos cerebrais, os amigos
estarão sempre errados e os acontecimentos serão reduzidos a sinais, tudo são
sinais de que você está feliz porque ama. E então, acreditando ser o diamante que se procura avidamente a vida inteira, o retiramos da terra, o limpamos,
polimos e cuidamos dele todos os dias...Mas o amor de verdade, não é tão simples . O
amor é a lubrificação das engrenagens da vida, é o que faz o mundo cinza tomar
cor. Existem várias maneiras de amar, amor pelos amigos, amor pelos pais, amor
pelos filhos, amor pela vida, mas todos ignorados, pois o amor, parece à todos
os olhos e corações supremo e único somente pela mulher da sua vida , o amor é
literalmente amar alguém e quere-lo perto de si, cuidar dela pro resto da vida.
Mas
quando se ama alguém, você abre uma cortina, e através dela, você mostra à essa
pessoa tudo o que ninguém nunca viu em você... Seus medos mais profundos, seus
defeitos imperceptíveis, suas convicções mais atenuantes, sua visão sobre cada
coisa no universo, seus segredos enterrados no fundo de sua alma... Até que ela
passa a fazer parte do seu mundo, se insere, finca a bandeira dela na sua vida,
daí...É impossível imaginar-se sem ela. Você se entrega, muito
além do físico, entrega sua essência para ela, e , pode ter certeza, ela jamais partirá dali... E então nos doamos para o relacionamento,
que talvez nem exista... Talvez seja somente sua vontade, talvez ela nem sinta
o mesmo. Toda vez que conhecemos alguém e o olhar brilha, o pulso entra em
colapso e o verão se instala no seu corpo permanentemente, é somente encontrar uma pedra no chão, e quando o tempo e os fatos demonstram ser apenas
uma pedra de vidro, o que se perde... O que fica é tão deserto... Tudo parece
desconexo, distante, fora do eixo...Não faz sentido doar-se tanto e não ser
aquele diamante que tanto queremos, e sendo o diamante, nos esquecemos
que ele não quebra mas se deteriora, se arranha, perde o brilho. Amar seu
filho, amar o seu pai, amar seu irmão, amar sua mãe, amar seus amigos, amar seu
trabalho, de repente amar a todos e a tudo o que se faz, é mais fácil do que
amar a si mesmo e ao Deus que te ama incondicionalmente. As pessoas parecem
condicionadas a viverem pelo amor, mesmo que o amor não seja o diamante, mesmo sendo
apenas pedras de vidro, mas uma vez que se abre a tal cortina, o que sai pela
janela, nunca mais retorna... O amor nos muda tanto quando dá certo, quando não
dá. Nos torna pessoas diferentes... E logo o anseio pela verdade traz a tona o
que se deu e o que se recebeu, e a pedra volta ao chão em mil pedaços.
Assim
sendo, se temos a necessidade de amar sempre para nos sentirmos vivos...Por que
simplesmente não vivemos com o amor que Deus nos dá, ou dedicamos mais tempo nosso para o amor próprio? Pelo simples fato da esperança em encontrar o diamante.
Isso jamais nos deixa aprender... Amar é estar cego e esvaziar-se em essência,
é abdicar de si mesmo, é sorrir e se sentir feliz pelo simples fato de estar na
presença de quem amamos...Pena que muitas das vezes quem encontra esse
diamante, talvez por estar acostumado a encontrar pedras, ou simplesmente
cansado da busca pelo diamante...O trata como pedra, daí, quem ama perde e quem
é amado só percebe que já teve um diamante em mãos tarde demais. E o ciclo se
renova...Seria simples se houvesse lógica, mas infelizmente, entre uma pedra de
vidro e um diamante a única capacidade de discernimento para identificar um e
outro e evitar tudo isso vai embora quando os olhos brilham... o pulso entra em
colapso e o verão... Ah o verão... Volta a ser a estação permanente...
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