domingo, 19 de fevereiro de 2017

Âncoras

                           
               Suponhamos, Jesus voltou, hoje, agora, neste momento...  E agora? Qual o seu destino?  Aí, diante dessa suposição todos pensamos... Refletimos no que temos vivido... Nos passos que demos para chegarmos até aqui, ou os que damos para seguir num determinado caminho... Numa determinada direção, mas nos esquecemos, que o tempo é algo muito relativo, que não é uma questão de tudo ou nada para quem criou galáxias... Aliás, essa divergência de tempo é uma fonte inesgotável de questionamentos... Mergulhados em um oceano de “Por quês “Que disparamos diariamente para DEUS. Enfim, esse fim da linha, nos remete a tantos atos e fatos, tantas perguntas sem respostas e tantos sentimentos supostamente não correspondidos... Mas que de nada adiantarão dentro da fração de segundo que teremos para sermos levados, deixados ou julgados...Nada além de um reflexo de tudo o que fizemos, uma inquestionável  execução da lei do retorno, ou apenas  a colheita anunciada com milênios de antecedência?
                                          Olhem à sua volta... Não há muito do que nos orgulhar do que fizemos com o mundo e a nós mesmos todos os dias. E então, olhamos para nós mesmos... Os quão pecadores somos nós, somos crianças assustadas que não sabem, em sua maioria, o quanto o mal nos sonda, nos observa, nos tenta... E aí você pensa... AH! EU SOU BOM... E não fiz maldade alguma, não cometi pecado algum... Eis que se comete-se mais um erro... Prontamente pensamos no que nos credencia positivamente e ignoramos totalmente os motivos que nos ancorariam aqui, ou lá... Escolha seu passo mal dado, escolha seu pecado: Pecamos por levantar falso testemunho compartilhando fatos que desconhecemos a legitimidade... A veracidade, Pecamos pela corrupção ludibriando o próximo numa fila, o governo num programa social... Pecamos pelas “doces mentiras” que não fazem mal algum, mas que se tornam bolas de boliches e fazem do próximo, pinos impotentes próximos a serem derrubados... Pecamos pela inveja, seja ela travestida de carência, ou mascarada de menosprezo... Pecamos pelo preconceito , pela indiferença, pelo questionamento, pela arrogância, pela incompreensão, pela pretensão em nos acharmos capazes de julgar o outro...Há aqueles que pecam até mesmo em se pronunciar salvos...Narrarem com extrema exatidão tudo que acontecerá consigo após a sua morte... Quem somos nós para tanto? Aonde vamos chegar desta forma? Exibimos os olhos tristes de quem andou por caminhos errados, pés calejados por pedras, canelas furadas de espinhos...
                                      Mas se a esperança nos deixa lentamente, ela segue viva no coração misericordioso daquele que julgará a todos. Pois a espada da verdade será desembainhada, e cegará aqueles que mentem... Ainda há tempo de nos redimirmos, dessa reflexão... Dessa constatação dos quão ínfimos somos perante a grandeza de DEUS, do quanto estamos longe de sermos donos da verdade, do quanto estamos anos-luz da noção de justiça... De quanto tempo que perdemos, e onde perdemos a noção de certo e errado... De como nos rendemos à vaidade e aos rótulos... E nos voltamos para DEUS somente para pedir... E assim nossos erros nos ancoram aqui, nos ancoram na terra... Nos deixam para trás.

                                      Desta forma, seria plausível mudar, reajustar o curso, seguir a verdadeira luz, não falo de refazer passos... Quem me dera pisar nas minhas próprias pegadas e voltar aonde eu comecei a errar, a tomar outros caminhos, se isso mudasse o passado... Mas não é assim tão fácil. Falo de arrependimento, de reformulação, de recomeço, de reinício... Ressurreição. Falo de rendição, de rendição ao amor de Deus e entregar-lhe o que é seu por direito... Nós. Nosso amor e nossa devoção, e não haverá dor, preocupação, injustiça ou desonra, somente paz, amor e o total estado de graça... A comunhão. Senhoras e senhores...Desancoremo-nos!

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