domingo, 26 de janeiro de 2014

Universo Paralelo

           A impessoalidade passa longe de minhas palavras aqui, e, sem saber se isso se trata de um defeito ou uma virtude, sigo sim, escrevendo o que sinto, quando sinto e tentando alcançar pessoas que se identifiquem com minha maneira de ver tudo à minha volta, tentando fazer da minha sinceridade a transparência necessária para que possam sentir que todos meus textos são realmente da alma. Meus defeitos são tão perceptíveis quanto minha ideologia... Sou transparente, meus erros me moldaram, meus fantasmas me tiram o sono e me ensinam a enfrentar os meus medos. Que eu saiba do alto dos meus mais de trinta anos, não possuo nenhum transtorno psicológico, pelo menos nenhum que seja nocivo, mas detenho em minha alma uma jovialidade quase imortal, o menino que existe em mim é tão eterno quanto a minha convicção que encontrar paz será mais provável do que ser feliz de novo.
             Hoje, meu desafio é rasgar no meio o convencional, e deixar que me percebam, o quanto eu me refugio em minha mente... Pode ser que trago isso da infância, ou pode ser que de fato a minha capacidade de criar vá além do perceptível. Eu sou inventivo... Crio situações, sonho acordado, meço distancias e construo pontes que me levam e me trazem sempre para os lugares mais seguros... Basta fechar meus olhos e vou aonde eu quiser, visito quem eu quiser, e pode ser tão real... Que às vezes... Sinto o perfume das pessoas, sinto o vento no rosto, quase posso tocar minhas ”visões”. Quando olho para o céu, enxergo uma ponte para qualquer lugar, afinal, o céu é o teto de nós todos...
              Já cansei de ir, inúmeras vezes ao fim da tarde de um dia de trabalho, molhar meus pés na praia mais paradisíaca que conheço, já deitei centenas de vezes no colo da minha mãe, sentindo o cheiro do almoço que ela faz enquanto ela me acaricia o rosto, chorosa como sempre e saudosa, me cobrindo de compreensão e com a mania única de tentar por panos quentes na minha dor. Já beijei todas as mulheres que amei... Mentalmente fui feliz com todas elas, infelizmente, na maioria esmagadora das vezes o fiz mentalmente, pois eu tenho vocação de amar quem não me ama... Através dos meus pensamentos, reuni meus amigos comemorei meu aniversário, sorri como nunca ... Vi positividade e amor ao meu redor. Milhares de vezes eu me vi sozinho, pintando de branco um painel de coisas que eu preciso esquecer, apagando da minha vida, tudo o que me faz mal. No meu universo, eu tudo posso eu sou o senhor do tempo e do espaço... Vou onde eu quiser.

                Contudo, me faltava à certeza de que meus sonhos, meus delírios não me levariam jamais aos piores lugares, que meus olhos me enganariam que minha mente me pregaria uma peça, e essa certeza veio com minha fé, eu tinha uma fé resumida em súplica, agora, entendo as duas vias da fé... Entendo a complexidade de confiar nos planos de DEUS para cada um de nós, e tento falar disso sem me tornar repetitivo, pedante. Então, logo eu... O negativista... Encontrei positividade e harmonia nas fugas que me curam, nos passos que jamais me traíram, nos sonhos dos quais não acordo...Minha alma se recusa a ser prisioneira em hipóteses e medos. Poucas pessoas viram esse universo através dos meus olhos, e creio que entenderam a minha busca interna. A vida me bate... Sempre com tanta força...Que seria mais prático me entregar à dor, desistir, porém... Dentro de mim, na fé que eu tenho construído... Tenho me permitido flashes de felicidades passadas e justificado meus próximos dias na terra pelo amor que plantei e com certeza, crescerá nos corações e transparecerá nos olhos dos meus filhos... Afinal o que será de um homem sem amor e paz?

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