Eu que sempre fui traído pela ausência de ego, pudor e estima, resolvi compartilhar com quem quiser histórias, contos, visões e textos provenientes dessa velha fábrica de criatividade que sou. Arquiteto de situações, pela capacidade de criar, moldar e pavimentar os sonhos, faço dos meus textos o portal para esse meu mundo, onde as nossas sentimentalidades são as linhas que minha caligrafia desliza. Assim sou eu, sincero, claro e verdadeiro. Bem vindos! A minha alma e ao meu valente coração!
sábado, 17 de setembro de 2011
Sangue e Raiz
O que nos move realmente são os sentimentos, raramente somos conduzidos pela razão ou qualquer tipo de ação avessa ao sentimental...
Somos como um trem bala quando mexem com nossos sentimentos... Não paramos, sequer medimos palavras somente ligamos nossa metralhadora giratória e foda-se... Quando se vê, já extrapolamos limites e às vezes até ferimos quem nos cerca. O que mais se faz ausente, é o tempo... Este sim segue implacável por séculos e séculos e a cada ano parece encolher ainda mais. No meu caso, rola diariamente uma chuva meteórica de sentimentos. Vou da saudade ao racional, do sucesso ao fracasso, do amor ao ódio em frações de segundos. Mas o que mais me afeta mesmo é estar fora do meu habitat natural, das cordas do meu ringue... Isso se faz continuamente há 10 anos. Sou cobrado e lembrado disso a cada segundo, isso me induz instantaneamente a uma saudade voraz e, para a maioria, incompreendida do meu lugar, da minha cidade.
Para uma pessoa que tem personalidade, não se atrela a opinião pública, alheia ou superior... A pior forma de açoitamento é uma tentativa vã de furtar-lhe essa identidade, de forçá-lo a mudar... a se apresentar com novos hábitos, novas formas de viver, de pensar e até mesmo de falar.
Tenho vivido com isso, uma mescla tola de militarismo com autoritarismo patriarcal tentado ser digerida goela abaixo, a opressão tenta voltar sorrateiramente, na calada da noite. Mas não é isso o que me prende, o que me prende é o fato de não ser mais uma mente e um coração, o adeus a minha imparidade me trouxe alegria, felicidade acompanhadas de doses cavalares de responsabilidade. Hoje tenho meus filhos, e sei, de fato o que é AMOR VERDADEIRO, não posso mais simplesmente dizer foda-se e ir embora, tenho que tomar, como todo mundo, minha colher de sopa de sapo diária, sem maiores transtornos...
Porém a dor sempre me remete ao meu lugar... É como uma fuga, lá no fundo do meu córtex, me visualizo andando e fazendo tudo o que fazia na minha cidade... A brisa, o calor humano e climático... Tudo é claro que quem vive no lugar que nasceu entende do que falo, mas para quem é embasado em noticiários de TV isso soa como uma utopia absurda e infundada de uma mente que não se desprendeu. Tolice! Eu sei do que falo e do que sinto, quando vejo o Maracanã... Nossa torcida, arrepio, lágrimas, e mesmo sem ser tão chegado ao pagode e ao samba... Quando ouço, me faz sorrir, me sinto em casa, tá no sangue e até o mal acabado e mal fadado funk me remete aos meus colegas e amigos de lá...como negar o que sou em prol de uma ou duas questões que não são pareis ao meu sentimento?
Queria morrer sendo um só, uma personalidade, mesmo que fosse minha ruína, não gostaria de perder a única coisa que é minha de fato. Quero ser o eterno moleque que sempre fui brincalhão/sorridente, expansivo/safado seja lá como me rotulam, é meu jeito carioca de ser, mas estou sendo travado de viver assim. E eu estou adoecendo minha alma assim. Não sei se é um desabafo ou um pedido de socorro, mas com certeza peço aos meus amigos, aqueles que amo e que me amam, rogo a vocês, jamais vendam ou negociem sua personalidade, ela é sua e de mais ninguém. Sejam vocês mesmos, protejam seu sangue, sua raiz a qualquer custo. PAZ !!!
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